A terraplenagem e a chuva
As condições meteorológicas e a terraplenagem
Na terraplenagem não só as formações geológicas são decisivas para determinar o prazo de entrega e as formas de execução das obras. Outros fatores naturais, principalmente climáticos são fundamentais e decisivos nas operações de escavação, aterro, compactação de solo, troca de solo, nivelamento e na terraplenagem em geral.
No Brasil, como devem saber, não existem vulcões, nevascas, terremotos ou furações e tornados significativamente grandes e fortes. Logo, as principais adversidades encontradas no segmento da terraplenagem são as decorrentes de más condições meteorológicas, geralmente chuvas e tempestades.
Fatores importantes relacionados à qualidade e segurança
Vários fatores colaboram para determinar até que ponto pode-se continuar uma obra durante o período de chuvas, como o tipo de solo, de tarefa, de equipamento, etc. A combinação destes fatores determinam quais operações da terraplenagem são impossibilitadas de serem executadas pela ação das chuvas.
No transporte de terra com caminhões para fora de um terreno (bota-fora), o tráfego dos caminhões, principalmente nos pontos de entrada e saída dos terrenos, ocasiona muita sujeira nas ruas da rota de transporte devido ao barro (terra molhada) que adere aos pneus e se dispersam no decorrer do trajeto depositando-se nas ruas. Esta terra molhada ou barro, além de sujar as ruas diminui a aderência dos pneus favorecendo a ocorrência de acidentes de trânsito.
Quando o transporte de terra com caminhões é interno, ou seja, sem a necessidade de circular por ruas ou avenidas, os trabalhos normalmente são dificultados pela ação das chuvas e paralisados de acordo com a intensidade da chuva e a quantidade de água presente no solo. Motoristas e operadores perdem boa parte da visibilidade, os caminhões perdem aderência, atolam e o risco de tombamento é grande no momento de descarga da terra.
Na escavação ou nivelamento de terrenos, máquinas de terraplenagem, que normalmente são muito pesadas, afinal são grandes e constituídas principalmente de ferro e aço, tendem a atolar facilmente pois na maioria dos casos, quando o solo é úmido ou encharcado, estas possuem potência maior do que o atrito, ou seja, o equipamento tem força para tracionar as rodas ou esteiras, mas não há atrito para estas façam-no locomover-se. Máquinas sobre esteiras conseguem trabalhar em terrenos molhados ou sob chuva com maior facilidade do que as máquinas sobre rodas, porém, em ambas é grande o risco de atolamento ou até mesmo tombamento.
Em aterro com compactação, sabemos que deve-se utilizar um tipo específico de terra, de acordo com sua composição e umidade. Se a terra estiver muito seca ela se desagrega e não há compactação. Se estiver demasiadamente úmida, também não consegue-se obter a compactação ideal, muitas vezes originando a situação muito conhecida como solo borrachudo.
Soluções paliativas
Quando as condições meteorológicas melhoram e a chuva cessa, no entanto, o solo continua encharcado. Para agilizar o escoamento da água depositada pode-se utilizar, em alguns casos, bombas para drenagem forçada do terreno. Também costuma-se importar entulho ou rachão (brita bem grossa) e espalhá-los nas áreas de menor aderência e/ou estabilidade para possibilitar o tráfego dos equipamentos dentro do terreno, sendo a primeira opção mais utilizada pelo custo bem mais reduzido do entulho (restos de paredes, rebocos, obras de demolições ou reformas).
Na construção de galpões comerciais ou industriais, cuja área e o pé direito (altura do chão ao teto) são grandes, quando a região é historicamente conhecida pelo alto índice pluviométrico e o início e prazo de conclusão da construção já foram definidos, deve-se estudar a possibilidade de realizar as fundações e cobertura do terreno em primeiro lugar. Pode soar estranho, mas é uma técnica que já foi utilizada várias vezes com construções pré-fabricadas em São Paulo, terra da garoa.
Na hipótese citada, após ter em mãos todos os projetos da construção, quando há necessidade de escavação e remoção de terra, a sequência normalmente é a seguinte:
- Executa-se o estaqueamento deixando a “cabeça” das estacas no nível indicado no projeto, ou seja, abaixo do nível natural;
- Com uma escavadeira hidráulica ou retroescavadeira abre-se uma vala na direção das estacas para execução do baldrame;
- Pilares e vigas são instaladas e realizada a cobertura;
- É feita a escavação e remoção da terra sob a cobertura pré-fabricada da própria instalação;
- Após realizada a terraplenagem, a obra continua realizando fechamento, instalação de mezaninos, etc.
É claro, cada caso é um caso distinto e nem sempre a mesma solução serve para todas as ocasiões.
Deve-se estudar sempre a viabilidade técnica e econômica de acordo com a construção e o prazo.
Outras sugetões:
Construa um galpão em estrutura metálica e lona, é alugado, outra são os galpões insulfláveis.
Ótima sugestão, perfeita! Dependendo do tamanho da obra, cronograma a ser seguido e prazo, com certeza o investimento é válido. Obrigado por participar Luiz Mário 😉
😛 😆
muito legal